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Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem Estado da Palestina

As declarações dos três países foram feitas na véspera da Assembleia Geral das Nações Unidas, que acontece em Nova York.

22/09/2025 09h24 Por: Acrítica
Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem Estado da Palestina

Foto: EPA/Angelo Carconi

Neste domingo (21), os primeiros-ministros Keir Starmer (Reino Unido), Mark Carney (Canadá) e Anthony Albanese (Austrália) anunciaram formalmente o reconhecimento do Estado da Palestina. Em mensagens divulgadas nas redes sociais, os líderes criticaram duramente as ações de Israel em Gaza e lamentaram a morte de dezenas de milhares de civis.

 

Os comunicados também condenaram o ataque do Hamas em outubro de 2023 e ressaltaram que o grupo não deve ter qualquer papel em um futuro Estado palestino.

 

As declarações dos três países foram feitas na véspera da Assembleia Geral das Nações Unidas, que acontece em Nova York.

 

Nesta segunda-feira (22), será realizada a segunda sessão da Confederação Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, convocada por França e Arábia Saudita.

 

Canadá

 

Em seu pronunciamento, o primeiro-ministro Mark Carney reafirmou o apoio histórico do Canadá à solução de dois Estados desde 1947, mas lamentou que essa perspectiva tenha sido enfraquecida por ações do Hamas e do governo de Israel.

 

Carney condenou o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 e classificou o grupo como responsável por aterrorizar israelenses e oprimir palestinos. Ao mesmo tempo, criticou duramente o governo Netanyahu, responsabilizando-o pelo desastre humanitário em Gaza, incluindo o bloqueio à entrada de alimentos e ajuda humanitária. Segundo autoridades locais, os bombardeios israelenses já causaram cerca de 65 mil mortes.

 

O premiê canadense também destacou a contínua expansão de assentamentos na Cisjordânia como um obstáculo à paz, afirmando que a prática “é ilegal sob o direito internacional”.

 

“É nesse contexto que o Canadá reconhece o Estado da Palestina e oferece nossa parceria em construir a promessa de um futuro pacífico para ambos, o Estado da Palestina e o Estado de Israel. O Canadá faz isso como parte de um esforço internacional coordenado para preservar a possibilidade de uma solução de dois Estados”.

 

Reino Unido

 

“Hoje, para reviver a esperança de paz e de uma solução de dois Estados, eu declaro, como Primeiro-Ministro desde grande país, que o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina”, disse Starmer, em um vídeo divulgado nas redes sociais.

 

Ele também afirmou que israelenses e palestinos merecem viver em paz e reconstruir suas vidas sem medo e sofrimento.

 

“Diante de um horror crescente no Oriente Médio, estamos agindo para manter viva possibilidade de paz de uma solução de dois Estados. Isso significa Israel seguro, junto com um Estado Palestino viável. No momento, não temos nenhum dos dois. Pessoas comuns, israelenses e palestinos, merecem viver em paz, ´para tentar reconstruir suas vidas livres de violência e sofrimento. É isso que o povo britânico quer desesperadamente ver”.

 

O premiê Keir Starmer chamou o Hamas de “organização terrorista brutal” e pediu a libertação imediata dos reféns do ataque de outubro de 2023. Ao mesmo tempo, criticou Israel pela crise humanitária em Gaza, citando a morte de dezenas de milhares de civis. “Isso precisa acabar”, afirmou.

 

Austrália

 

“A Austrália reconhece a aspiração legítima e antiga do povo da Palestina de um Estado próprio. O reconhecimento da Palestina hoje, junto com o Canadá e o Reino Unido, é parte de um esforço de dois estados, começando com o cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns capturados nas atrocidades de 7 de outubro de 2026”, afirmou Albanese, em nota.

 

Ele ainda destacou o papel “vital” da Liga Árabe e dos Estados Unidos para tornar viável o Estado Palestino.

 

Em maio de 2024, Espanha, Noruega e Irlanda divulgaram uma decisão conjunta, reconhecendo o Estado Palestino. O Brasil foi um dos primeiros países na América Latina a assumir essa posição, em 2010. Na ocasião, o país reconheceu o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.