Presidente da Império de Casa Verde é preso em operação contra tráfico internacional
De acordo com a Polícia Federal, Furtado é apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC)

Alexandre Furtado, presidente da Império de Casa Verde e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de SP — Foto: Império de Casa Verde/Facebook
Nesta terça-feira (23) o presidente da escola de samba Império de Casa Verde e vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de São Paulo, Alexandre Constantino Furtado, foi preso durante uma operação que investiga uma organização criminosa envolvida com tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
De acordo com a Polícia Federal, Furtado é apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). Até o momento, a defesa dele não foi localizada pela reportagem.
A ação é conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo (FICCO-SP), que reúne agentes da Polícia Federal e da Polícia Militar.
No total, são cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 40 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Pará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.
Dos 11 endereços com mandados de busca e apreensão na capital paulista, dois ficam na sede da escola de samba Império de Casa Verde, presidida por Alexandre Constantino Furtado, preso na operação. As ações também ocorrem nas cidades de Guarujá, Leme, Sorocaba, Embu das Artes, Praia Grande e Caieiras.
Além das buscas, a operação determina o sequestro e bloqueio de bens, direitos e valores de investigados, até o limite de R$ 291,5 milhões.
A investigação é conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo (FICCO-SP), uma estrutura de cooperação criada pelo Ministério da Justiça com participação da Polícia Federal, Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, Secretaria de Administração Penitenciária de SP e Secretaria Nacional de Políticas Penais.
A ação conta ainda com apoio da Polícia Militar de São Paulo e da Receita Federal.
Investigação começou após apreensão de cocaína no Pará
As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, após a apreensão de 458 quilos de cocaína no Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA). A droga estava escondida em uma carga de quartzo que tinha como destino o Porto de Rotterdam, na Holanda.
A partir da apreensão, a Polícia Federal identificou os integrantes da organização criminosa e a complexa estrutura logística utilizada para enviar drogas à Europa.
Segundo a investigação, o grupo também atuava na lavagem do dinheiro obtido com o tráfico por meio de empresas de fachada e investimentos em setores formais da economia, como restaurantes e outros empreendimentos comerciais.