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Lula responde a Trump e cogita retaliação com base na Lei da Reciprocidade

O presidente do Brasil, Lula, afirmou que as taxas serão respondidas “à luz da lei brasileira de reciprocidade”.

10/07/2025 09h05 Por: Amanda Soares /Portal Clube Fm
Lula responde a Trump e cogita retaliação com base na Lei da Reciprocidade

Foto: Fábio Rodrigues – Pozzebom/Agência Brasil

Na noite de terça-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil responderá, com base na Lei da Reciprocidade Econômica, ao aumento unilateral das tarifas sobre produtos brasileiros anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

 

A Lei nº 15.122, sancionada por Lula em 14 de abril deste ano, determina que o Brasil deve aplicar tarifas a países que adotem medidas semelhantes contra o país. A norma foi aprovada após uma série de aumentos tarifários impostos por Trump a diversas nações.

 

Embora ainda não tenha confirmado se retaliará com uma taxa de 50% sobre produtos norte-americanos, Lula reagiu publicamente à carta enviada por Trump, destacando nas redes sociais:

 

“O Brasil é um país soberano, com instituições independentes, que não aceitará ser tutelado por ninguém.”

 

Na carta, enviada na última terça-feira, Trump comunicou oficialmente que os Estados Unidos irão aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O presidente norte-americano também criticou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, classificando-o como uma "vergonha internacional", além de acusar o Brasil — sem apresentar provas — de censurar empresas de redes sociais americanas e de violar a liberdade de expressão.

 

Segundo o professor de geografia Franciney Silva, o Brasil poderá enfrentar sérias consequências econômicas com a medida:

 

“A balança comercial será diretamente afetada, com possível queda nas exportações, acúmulo de estoques e inflação elevada. Isso também pode provocar perda de empregos devido à falta de retorno sobre os investimentos feitos”, explica.

 

Os setores mais atingidos pela taxação devem ser os estratégicos, como petróleo, aço, café e carne bovina — que lideram as exportações brasileiras para os EUA.

 

Franciney também alerta que uma eventual retaliação brasileira com tarifas de 50% sobre produtos norte-americanos também teria efeitos significativos nos Estados Unidos:

 

“Eles podem enfrentar escassez de produtos, aumento dos custos de produção e inflação. Isso pode desorganizar contratos comerciais e gerar demissões em áreas ligadas ao comércio exterior”, conclui.