Em todo país, milhares protestaram contra anistia e PEC da Blindagem
Atos aconteceram em 33 cidades, incluindo as 27 capitais

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Neste último domingo (21), milhares de pessoas foram às ruas das capitais brasileiras para protestar contra a anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado e contra a chamada PEC da Blindagem, que prevê a necessidade de autorização do Congresso para processar criminalmente deputados e senadores.
Grandes concentrações foram registradas em cidades como Salvador, Recife, Natal, Manaus, Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. No total, 33 cidades, incluindo todas as capitais, realizaram atos.
Com o lema “Congresso Inimigo do Povo”, os manifestantes pediram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de reclusão por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e outros crimes.
Em Salvador (BA), milhares de pessoas se reuniram no bairro da Barra, à beira da praia, onde a cantora Daniela Mercury fez uma apresentação para o público. “Bandidagem não é com a gente”, afirmou a artista baiana.
O evento também contou com a participação do ator Wagner Moura, que além de cantar, elogiou o julgamento da trama golpista que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
“Eu fiquei com vontade de falar só do momento extraordinário pelo qual passa a democracia brasileira, que é exemplo para o mundo inteiro. A gente que sempre cresceu dizendo que nossa democracia é frágil, que ela é jovem. Nossa democracia botou para ‘lenhar’ [para quebrar]”, disse Wagner Moura.
Em Belo Horizonte (MG), uma multidão se reuniu na Praça Raul Soares, gritando “sem anistia para golpistas”, com shows, incluindo a cantora Fernanda Takai, do Pato Fu.
Em Recife (PE), o protesto começou na Rua da Aurora com o bloco de frevo Eu Acho é Pouco e grupos de maracatu.
Em João Pessoa (PB), manifestantes pediram “Fora, Hugo Motta”, deputado federal e presidente da Câmara, alvo dos protestos pela aprovação da PEC da Blindagem.
Convocados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligados ao PSOL, PT e movimentos populares, as manifestações contaram com a presença de sindicatos, grupos estudantis, artistas e movimentos sociais, como MST e MTST, além de outros partidos de esquerda e centro-esquerda.