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Em Parintins, alunos do Parananema acompanham ação do Programa Pé-de-Pincha

O projeto tem objetivo de coletar e implantar ovos de quelônios

26/09/2025 08h03 Por: Ataíde Tenório/Do Amazonas
Em Parintins, alunos do Parananema acompanham ação do Programa Pé-de-Pincha

Fotos: Programa Pé-de-Pincha Parananema e Ataíde Tenório

Na manhã desta última quarta-feira (24), alunos da Escola Municipal “São Pedro”, na comunidade Parananema, participaram da coleta e do implante de ovos de quelônios, conduzidos por agentes ambientais do Programa Pé-de-Pincha.

 

De acordo com a professora Nilciane Reis, coordenadora da escola e uma das responsáveis pelo programa na comunidade, a coleta ocorreu a cerca de cem metros da escola. “Para os estudantes, foi uma experiência pedagógica especial, onde puderam aprender diretamente na natureza como identificar ninhos de ovos de quelônios, além de acompanhar todo o processo realizado pelos agentes ambientais, desde a coleta até o transporte e o implante dos ovos na chocadeira artificial da comunidade.”, afirmou a professora.

 

 

No local da coleta, o agente ambiental Marcelo Farias explicou aos estudantes como identificar uma ninhada de quelônios na natureza, o processo de coleta dos ovos, a forma correta de acondicioná-los em caixas de isopor e o transporte até a chocadeira. A coordenadora do Programa Pé-de-Pincha ressaltou que todo o procedimento é realizado com extremo cuidado para evitar movimentos bruscos, que poderiam tornar os ovos inférteis.

 

A professora destacou que, ao voltarem para a sala de aula, os alunos irão estudar os métodos e medidas para identificar o tamanho da ninhada, além de entender por que a cova na chocadeira artificial é sempre feita com dimensões semelhantes e em formato de bota, direcionada para o rio.

 

“Eles aprenderão que isso tudo é feito para imitar ao máximo a ninhada dos quelônios na natureza, pois quando os filhotes nascem já saem em direção do rio. Eles irão aprender também que esses cuidados são para que haja o mínimo de impacto possível nos ovos para que os filhotes possam ser gerados e depois devolvidos aos rios e lagos de nossa região”, enfatiza Nilciane Reis.

 

A estudante Lara Gabriele Santos, 11 anos, se disse feliz por poder ver a retirada da ninhada e o implante dos ovos.

 

“Para mim, meus colegas e para todos da escola foi maravilhoso. Me alegro porque vou poder acompanhar a eclosão dos ovos e a soltura dos filhotes. No próximo ano, na hora da soltura, as mães vão voltar para ver seus filhotes, mas é uma pena que nem todas as mães vão estar vivas pois muitas serão pegas por pescadores predadores que comercializam quelônios. Peço a essas pessoas que tenham mais consciência pois os tracajás precisam viver para ver seus filhotes e para que as futuras gerações de estudantes também possam conhecer os tracajás”, clama Gabriele.

 

O agente ambiental Marcelo Reis fez a coleta de duas ninhadas, uma com 34 ovos encontrada por ele no final da Estrada do Parananema, nas proximidades da escola São Pedro, e outra com 21 ovos encontrada pelo vaqueiro Luandre da Silva.