Brasil sai do Mapa da Fome
Segundo a ONU, menos de 2,5% da população brasileira enfrenta subnutrição, tirando o país do Mapa da Fome
Foto: Lyon Santos/ MDS
Conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), durante o triênio de 2022 a 2024, menos de 2,5% da população brasileira estava com acesso insuficiente à alimentação e em risco de subnutrição. Esse resultado retira o Brasil do Mapa da Fome, após o triênio de 2019 a 2021, quando o país havia voltado a figurar na lista.
Os dados foram anunciados nesta última segunda-feira (28) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e por agências da ONU, durante cúpula realizada em Adis Abeba, na Etiópia.
Durante sua campanha à Presidência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que uma de suas metas era tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026, último ano do mandato atual.
A pandemia de Covid-19 provocou uma onda de desemprego e perda de renda em todo o mundo, dificultando o acesso de milhões de pessoas à alimentação. No Brasil, a crise econômica agravada pela emergência sanitária levou muitas famílias a recorrerem a doações ou até a alimentos descartados por supermercados, como ossos e sobras de carne.
De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), a taxa de pessoas em situação de fome foi de 3,4% no período de três anos encerrado em 2021, aumentando para 4,2% até 2022. Para que um país esteja fora do Mapa da Fome, a taxa de subnutrição (PoU, na sigla em inglês) precisa ser inferior a 2,5%.
No ano passado, o representante da FAO no Brasil, Jorge Meza, já havia afirmado que a fome e a insegurança alimentar no país estavam em trajetória de queda. Agora, o percentual voltou a ficar abaixo de 2,5% — e, quando isso acontece, os números absolutos não são divulgados, segundo a ONU.
O presidente Lula já havia sinalizado a melhora nos indicadores do país. "Vocês vão ter uma surpresa. Esta semana, o Brasil vai sair do Mapa da Fome outra vez", afirmou durante evento realizado na quinta-feira (24), no município de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha (MG).
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, atribui a melhora dos indicadores ao plano Brasil Sem Fome, lançado em agosto de 2023.
Subnutrição
A prevalência de subnutrição é um indicador utilizado para estimar a proporção da população que, de forma contínua ao longo de um período de 12 meses, não consome a quantidade mínima de calorias necessária para manter as funções básicas do corpo e garantir uma vida saudável e ativa. Esse consumo alimentar insuficiente compromete a saúde e o bem-estar das pessoas, afetando especialmente os mais vulneráveis, como crianças, idosos e populações em situação de pobreza extrema.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), esse estado de carência alimentar prolongada é o que caracteriza a fome em sua forma mais persistente, sendo, por isso, definido como subnutrição crônica. Em termos práticos, isso significa que uma pessoa em situação de subnutrição crônica enfrenta uma escassez contínua de energia alimentar, e não apenas episódios pontuais de fome.