Polícia Civil desarticula esquema milionário de roubo de joias em Ribeirão Preto

Na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a polícia desarticulou um esquema milionário de roubo de joias que atuava em três estados. Durante a ação, criminosos invadiram uma casa na cidade, renderam a família e levaram todas as peças de um cobre. Semanas depois, a proprietária da coleção identificou os itens roubados sendo vendidos em um programa de televisão.

 

Na última quinta-feira (4), a Polícia Civil prendeu Diego de Freitas, conhecido nas redes sociais como “Diego Ouro”, em uma residência de luxo na cidade. Conhecido por ostentar viagens internacionais e acessórios de luxo, Diego foi surpreendidos pelos agentes de polícia e foi preso sem roupas. Esta prisão foi fundamental para desvendar a série de crimes iniciada três meses antes.

 

No dia 16 de maio, três indivíduos tentaram invadir uma residência em Ribeirão Preto. Após não conseguirem na primeira tentativa, retornaram no dia seguinte, romperam a cerca e entraram na casa onde estavam quatro pessoas — um casal de idosos, o filho do casal e uma empregada.

 

Segundo as vítimas, os criminosos sabiam exatamente o que procurar:  joias. “Eles perguntaram direto onde estavam as joias”, contou o proprietário.

 

A surpresa veio quando a esposa da vítima reconheceu um colar sendo vendido ao vivo no programa “Mil e Uma Noites”, especializado em joias. A família então passou a acompanhar a transmissão e identificou outras peças roubadas sendo ofertadas.

 

Cerca de 300 itens, além de oito relógios da marca Rolex, foram levados, incluindo um colar de ouro com diamantes e o símbolo do Espírito Santo, adquirido há mais de 20 anos.

 

Para confirmar suas suspeitas, a família adquiriu oito joias que acreditavam ser suas. As peças foram entregues pessoalmente por um funcionário do programa, acompanhadas de nota fiscal e certificado de garantia em nome da empresa.

 

Investigação liga programa a receptadores

 

Paulo César Calluf, dono do programa “Mil e Uma Noites”, afirmou que as joias vendidas são de fornecedores selecionados, mas não apresentou comprovação da origem. As peças foram entregues por Haig Hovsepian, de Uberaba (MG), que disse ter vendido as joias ao programa por R$ 190 mil.

 

A defesa de Hovsepian afirmou que ele compareceu à delegacia ao saber que as joias poderiam ser ilícitas e que pagou R$ 170 mil a Diego de Freitas pelas peças. O advogado de Diego não respondeu às tentativas de contato.

 

Prisões e desdobramentos

 

Além de Diego, também foi preso Welker dos Santos Ferreira de Mattos, reconhecido pelas vítimas como um dos autores do roubo. Até este final de semana, ele não tinha advogado.

 

A família conseguiu recuperar apenas 10% das joias e acredita que há mais envolvidos. “Eles vieram atrás de joias. Alguém mandou”, disse o proprietário.

 

A promotora de Justiça Ethel Cipele afirmou que a investigação segue para identificar outros receptadores, destacando a grande quantidade de joias comercializadas.

 

Fonte: Fantástico/G1