Médica e técnica de enfermagem são afastadas após morte de criança em hospital de Manaus
A criança, de 6 anos, morreu após receber adrenalina na veia durante o atendimento médico
Foto: Divulgação
A médica e a técnica de enfermagem envolvidas no atendimento que resultou na morte de Benício Xavier, de 6 anos, no Hospital Santa Júlia, em Manaus, foram afastadas de suas funções. O menino morreu na madrugada de domingo (23) após receber adrenalina na veia durante atendimento no sábado (22).
A médica responsável, Juliana Brasil Santos, é clínica geral e não possui especialização em pediatria, conforme registro no Portal Médico do Conselho Federal de Medicina (CFM). O afastamento dela e da técnica de enfermagem foi confirmado pelo hospital, que informou em nota, divulgada na tarde desta quarta-feira (26), ter concluído a investigação interna sobre o caso.
O afastamento, segundo o hospital, já vinha sendo adotado desde o início da apuração. Na nota, o hospital afirmou que o caso foi analisado pela Comissão de Óbito e Segurança do Paciente e que todas as informações levantadas serão encaminhadas às autoridades competentes e à família da vítima. A instituição disse ainda que conduz o processo com “total transparência” e que reconhece “a dor da família e da sociedade”.
O caso
Benício Xavier, de 6 anos, morreu no último domingo (23) após receber adrenalina na veia durante atendimento no Hospital Santa Júlia, em Manaus. A família afirma que o medicamento foi aplicado de forma errada e, logo após a aplicação, o menino passou mal, apresentou queda brusca de saturação e foi encaminhado para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde sofreu sucessivas paradas cardíacas antes de morrer.
Investigações
Em nota divulgada nesta quarta-feira (26), o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) informou que foi instaurado um procedimento para apurar todos os fatos envolvendo o atendimento médico que resultou na morte de Benício. Segundo o órgão, o procedimento tramita em caráter sigiloso, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional (Resolução CFM nº 2.306/2022).
O Cremam destacou ainda que não emitirá posicionamentos ou juízos de valor antes da instrução completa do procedimento.
O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), que informou em nota que as investigações seguem em andamento sob responsabilidade do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Segundo a polícia, mais detalhes não podem ser divulgados para não prejudicar os trabalhos.
O Conselho Regional de Farmácia (CRF) também se manifestou sobre o caso e prestou solidariedade à família. A entidade afirmou que “a tragédia evidencia, mais uma vez, a importância da assistência em saúde pautada na responsabilidade profissional, na ética e na atuação multiprofissional segura, incluindo o uso correto de medicamentos e a prevenção de falhas no cuidado à saúde”.
