BRICS responde a declaração de Trump sobre tarifa adicional de 10%
Após a declaração do presidente dos Estados Unidos, países do BRICS reagem

Foto: Marcelo Camargo/ Agencia Brasil
Após declaração de Donald Trump no domingo (6), em que afirmou que países alinhados às "políticas antiamericanas" do Brics enfrentariam uma tarifa extra de 10%, nações do bloco reagiram nesta segunda-feira (7).
Na noite do dia 06, Trump foi à rede Truth Social e escreveu: "Qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics pagará uma tarifa ADICIONAL de 10%. Não haverá exceções a esta política. Obrigado pela atenção!"
O Brics original, formado por Brasil, Rússia, Índia e China, realizou sua primeira cúpula em 2009. Posteriormente, a África do Sul se juntou ao grupo e, no ano passado, o bloco ampliou sua composição com a adesão do Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos.
Rússia
O Kremlin afirmou que o Brics nunca teve como objetivo prejudicar outros países. Em resposta às declarações de Donald Trump, o porta-voz Dmitry Peskov declarou que o governo russo havia tomado nota dos comentários do presidente dos Estados Unidos.
"Vimos essas declarações de Trump, mas é importante destacar que a singularidade do Brics reside no fato de ser um grupo de países que compartilham abordagens e uma visão comum sobre como cooperar com base em seus próprios interesses", afirmou Peskov.
China
A China se opõe ao uso de tarifas como uma ferramenta de coerção, disse o Ministério das Relações Exteriores.
O uso de tarifas não serve a ninguém, ressaltou à imprensa Mao Ning, porta-voz do ministério.
África do Sul
A África do Sul reafirmou que não é antiamericana e segue interessada em negociar um acordo comercial com os Estados Unidos. Em entrevista à Reuters, o porta-voz do Ministério do Comércio sul-africano, Kaamil Alli, destacou que o país ainda aguarda uma comunicação formal dos EUA sobre o acordo, iniciado em maio, quando o presidente Cyril Ramaphosa se reuniu com Donald Trump na Casa Branca.
"Estamos mantendo conversas construtivas e frutíferas", afirmou Alli. "Como já dissemos antes, não somos antiamericanos", completou o porta-voz.
Malásia
A Malásia mantém uma política externa e econômica independente e está focada na facilitação do comércio, não no alinhamento ideológico, afirmou seu Ministério do Comércio.
A Malásia foi aceita como país parceiro (e não como membro efetivo) do grupo de nações em desenvolvimento do Brics em outubro passado.